(Unifesp) “Em meados da década de 1890, em meio à terceira longa depressão em três décadas sucessivas, difundiu-se na burguesia uma repulsa pelo mercado não regulamentado, em todos os grandes setores da economia”.
O autor (Martin Sklar, 1988) está se referindo à visão dominante entre a burguesia no momento em que o capitalismo entrava na fase:
a) globalizada.
b) competitiva.
c) multinacional.
d) monopolista.
e) keynesiana.
Título: A Transição para a Fase Monopolista do Capitalismo: Reflexos na Visão da Burguesia
O cenário econômico do final do século XIX certamente foi marcado por uma série de mudanças significativas, com o capitalismo industrial e financeiro se consolidando como forças motrizes do desenvolvimento.
No entanto, é crucial compreender que essa transição não ocorreu de forma linear, e sim em etapas que moldaram a visão da burguesia em relação ao mercado regulamentado.
O autor Martin Sklar, em sua análise de 1988, destacou precipuamente a repulsa da burguesia em relação ao mercado não regulamentado durante a terceira longa depressão em três décadas sucessivas.
Essa perspectiva estava intrinsecamente ligada à fase monopolista do capitalismo, ao passo que trouxe consigo uma série de transformações econômicas e sociais.
A Fase Monopolista do Capitalismo:
À medida que o capitalismo avançava, eventualmente surgiam conglomerados empresariais que buscavam consolidar sua influência nos mercados, culminando na formação de monopólios e oligopólios.
Essa fase monopolista trouxe consigo uma reconfiguração das relações econômicas e uma crescente concentração de poder nas mãos de poucos.
A busca por lucro e domínio levou a uma redefinição das políticas econômicas. Fato este que impactou diretamente a visão da burguesia em relação à regulação do mercado.
Repulsa pelo Mercado Não Regulamentado:
Dessa forma, a repulsa mencionada por Sklar reflete o descontentamento da burguesia com um mercado não regulamentado, que estava propenso a flutuações abruptas e instabilidade econômica.
Nesse contexto, a busca por uma maior previsibilidade e controle levou sobretudo à reavaliação das políticas econômicas vigentes.
As sucessivas depressões econômicas certamente evidenciaram as limitações do mercado livre. Tal fato levou a uma demanda por regulamentações que protegessem os interesses empresariais e a estabilidade financeira.
Impacto nas Relações Econômicas:
A transição para a fase monopolista trouxe sobretudo consigo uma redefinição das relações entre o Estado, a burguesia e o mercado. À medida que os monopólios e oligopólios se estabeleciam, via se em segundo lugar a necessidade de intervenção estatal para garantir a concorrência justa. Prevenir abusos de poder se tornava primordialmente mais evidente.
A visão da burguesia sobre o mercado inegavelmente passou a incorporar a ideia de que certa regulação era necessária. O intuito era primordialmente manter a saúde econômica e evitar desequilíbrios prejudiciais.
Conclusão:
A repulsa da burguesia pelo mercado não regulamentado reflete sobretudo a transformação da visão econômica diante da ascensão do capitalismo monopolista.
A busca por estabilidade, previsibilidade e controle se tornou antes de mais nada uma preocupação central para os empresários que perceberam os riscos inerentes a um mercado sem restrições.
Por fim, esse período de transição delineou o papel mais ativo do Estado na regulação econômica, à medida que a visão da burguesia evoluía para uma compreensão mais matizada do funcionamento do mercado.
Dessa forma, a análise de Martin Sklar proporciona um insight valioso sobre como as mudanças econômicas moldaram a mentalidade da burguesia e influenciaram a trajetória do capitalismo moderno.