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Celular nas Escolas: como o veto mudou a rotina dos alunos

O uso de Celular nas Escolas sempre foi um tema de debate no Brasil. Com a aprovação do Projeto de Lei nº 4.932/2024, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, essa questão ganhou um novo capítulo. A lei, de alcance nacional, restringe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis no ambiente escolar, permitindo seu uso apenas em casos de emergência ou fins pedagógicos.

A volta às aulas trouxe uma nova realidade para os alunos das redes pública e privada, que agora precisam se adaptar às regras. Entre as mudanças mais percebidas estão a maior interação entre colegas e a redução de distrações em sala de aula.

Nova rotina: adaptação sem o Celular nas Escolas

A lei impacta todas as etapas da educação básica, desde o ensino infantil até o médio. Com as aulas de 2025 em andamento, os estudantes estão vivenciando a adaptação ao veto dos celulares.

João Sartorelli Ferrari Monteiro, de 17 anos, estudante de uma escola privada em São Paulo, relata como sua rotina mudou. Ele explica que os celulares são recolhidos e guardados no início das aulas, sendo devolvidos pelos inspetores apenas no fim do período escolar.

Apesar de notar uma redução na dispersão em sala, João sente falta de registrar momentos especiais do último ano do ensino médio, o famoso “terceirão”. Para ele, essas memórias, que antes eram facilmente compartilhadas nas redes sociais, agora ficam restritas.

“Sem o celular, está sendo mais difícil registrar esses momentos, como os trotes e as brincadeiras. Antes, os terceiros do ano passado sempre postavam vídeos e fotos no Instagram, e era muito legal acompanhar”, afirma João.

Maior interação e menos distração

Em Brasília, Guilherme Silva e Enzo Borba, ambos de 12 anos, perceberam mudanças significativas no ambiente escolar. Os colegas, que estudam na rede privada, relataram que a ausência dos Celular nas Escolas incentivou a interação entre os estudantes.

“Agora tem mais alunos andando pela escola e até mais barulho. Antes, as pessoas ficavam muito paradas olhando para o celular”, comenta Guilherme. Ele também reforça que os professores já conscientizavam sobre a importância de deixar o aparelho de lado durante as aulas, o que facilitou a adaptação à nova regra.

Essa interação aumentada reflete um ambiente escolar mais social. Com a proibição do uso recreativo dos celulares, os alunos passaram a interagir mais uns com os outros, criando laços mais fortes e participando de atividades presenciais, algo que antes ficava em segundo plano.

Mudanças no dia a dia

Outro aspecto que mudou com o veto ao Celular nas Escolas foi o pagamento na cantina. Muitos alunos, antes acostumados a usar o celular para realizar pagamentos via Pix ou aplicativos de banco, agora precisam se organizar de forma diferente.

Enzo explica que isso trouxe um aprendizado inesperado: “Tem gente que voltou a usar o cartão e outros que passaram a levar dinheiro para comprar o lanche. Isso ajuda a gente a ter mais controle sobre o quanto gastamos.”

Esse ajuste pode parecer simples, mas ensina os jovens a manejar melhor o dinheiro físico, algo que a tecnologia havia deixado em segundo plano.

Benefícios a longo prazo

Para Sofia Araújo, de 11 anos, estudante da rede pública de Brasília, o veto ao Celular nas Escolas é uma medida positiva. Mesmo enfrentando resistência de alguns colegas, ela acredita que a nova regra ajudará na valorização do trabalho dos professores e na melhora da aprendizagem.

“Acho que essa lei foi necessária, porque muita gente usava o celular na sala e isso atrapalhava as aulas. Parece que o professor não era valorizado, mas a aula dele é muito importante”, explica Sofia.

Além disso, a jovem acredita que a medida incentivará mais socialização entre os alunos e maior foco durante as aulas, gerando resultados positivos a longo prazo.

Resistência e aceitação

Apesar dos benefícios relatados, muitos alunos ainda enfrentam dificuldades para se acostumar com a ausência do Celular nas Escolas. Para uma geração que cresceu conectada, estar offline pode parecer desafiador. No entanto, a resistência inicial tem dado lugar a uma aceitação gradual, especialmente quando os benefícios começam a aparecer.

João Monteiro reconhece que, apesar de sentir falta do celular, sua atenção em sala melhorou. “A gente conversa mais e presta mais atenção na aula. Isso tem ajudado a entender melhor os conteúdos”, avalia o estudante.

Além disso, a proibição trouxe à tona a questão da disciplina e do autocontrole. Os alunos estão aprendendo a lidar com o tédio de forma produtiva, um desafio importante para o desenvolvimento pessoal.

O papel dos professores na transição – Celular nas Escolas

Os professores desempenham um papel essencial nesse momento de transição. Muitos já vinham conscientizando os alunos sobre o impacto do uso excessivo do celular na aprendizagem. Com a lei, a mensagem ganha ainda mais força, reforçando a importância do foco em sala de aula.

Os educadores também passaram a usar mais métodos interativos e dinâmicos para prender a atenção dos alunos, compensando a ausência dos celulares. Com isso, a qualidade das aulas aumentou, promovendo um aprendizado mais eficiente.

A importância de regras claras

A implantação do veto ao celular reforça a necessidade de regras bem definidas no ambiente escolar. Quando estabelecidas e seguidas de forma clara, essas normas ajudam a criar um ambiente mais organizado e produtivo para todos.

Além disso, a lei prevê exceções para casos de emergência, acessibilidade e uso pedagógico, garantindo que os alunos possam usar a tecnologia de forma responsável e controlada. Essa abordagem equilibrada é fundamental para que a medida seja eficaz e amplamente aceita.

Reflexos no desempenho escolar – Celular nas Escolas

Embora ainda seja cedo para medir os impactos de forma quantitativa, muitos alunos e professores já relatam melhorias no desempenho escolar. Com menos distrações, os estudantes conseguem focar mais nas aulas e participar ativamente das atividades propostas.

A socialização também tem se mostrado um benefício importante. A interação presencial ajuda a desenvolver habilidades interpessoais, como comunicação e empatia, que são fundamentais para a vida acadêmica e profissional.

Conclusão

O veto ao uso de Celular nas Escolas trouxe mudanças significativas para a rotina dos estudantes. Apesar de enfrentar resistência inicial, a medida tem mostrado resultados positivos, como maior interação entre os alunos, menos distrações em sala de aula e mais foco no aprendizado.

Além disso, a valorização do trabalho dos professores e o estímulo à disciplina são reflexos importantes dessa nova realidade. À medida que a adaptação continua, espera-se que os benefícios a longo prazo se tornem ainda mais evidentes, transformando o ambiente escolar em um espaço mais produtivo e colaborativo.


Links para mais informações:

  1. Ministério da Educação
  2. Lei nº 4.932/2024
  3. Impactos do uso de celulares nas escolas
  4. Educação básica no Brasil
  5. Notícias sobre a educação
  6. Dicas de socialização escolar

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