MEC realiza formação nacional sobre o planejamento do Novo PAR e fortalece regime de colaboração entre estados e municípios

O Ministério da Educação (MEC) realizou, entre 25 de agosto e 5 de setembro de 2025, uma ampla formação voltada para o planejamento do Novo Plano de Ações Articuladas (PAR 2025-2028). A ação reuniu cerca de 1.100 articuladores de todas as regiões do Brasil em cursos presenciais e virtuais, com o objetivo de qualificar as equipes técnicas das secretarias estaduais e municipais de educação para a construção de diagnósticos precisos e planos de gestão educacional coerentes com a realidade local.

A iniciativa faz parte da Rede de Assistência Técnica e Formação do Novo PAR (Renapar), criada pelo MEC para apoiar estados e municípios na elaboração, execução e acompanhamento de seus planos de ação. Essa rede representa um novo modelo de colaboração federativa, com foco na equidade, transparência e melhoria da aprendizagem.

O coordenador-geral de Apoio às Redes de Ensino do MEC, João César, explicou que a formação representa um marco na forma como o país pensa a gestão educacional:

“O Novo PAR é uma ferramenta construída por muitas mãos. A Renapar traz para o centro da política os profissionais que conhecem o território e as demandas reais da comunidade escolar. Nosso objetivo é fortalecer a cooperação e transformar o planejamento em instrumento de melhoria da qualidade do ensino.”

A estrutura da Renapar e seu papel na nova política educacional

A Renapar é formada por duplas de articuladores que acompanharão cada ente federado de forma permanente. Esses profissionais têm a missão de orientar as secretarias na elaboração e execução dos planos, promover ajustes técnicos e disseminar boas práticas entre os gestores.

Segundo o MEC, o papel da rede vai além da formação pontual. Ela constitui uma estrutura contínua de cooperação técnica que articula municípios, estados e o governo federal, buscando diagnósticos mais qualificados, políticas integradas e gestão baseada em evidências.

A articuladora Vivien São José, de Sergipe, que participa do PAR há quase uma década, destacou a importância dessa mudança de cultura:

“O Novo PAR foi criado a partir de um processo participativo, envolvendo secretarias e instituições de ensino. Isso rompe com o isolamento que existia antes. Agora, estados e municípios constroem juntos, com apoio do governo federal, um plano que fortalece a educação pública.”

A formação foi realizada em parceria com a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), em Minas Gerais, que sediou encontros presenciais e promoveu capacitações remotas. Durante o processo, os articuladores receberam orientações sobre diagnóstico, monitoramento de metas e integração dos planos locais às políticas nacionais.

A importância do Novo PAR (2025–2028)

O Plano de Ações Articuladas (PAR) é o principal instrumento de planejamento e gestão das redes públicas de ensino da educação básica. Ele orienta a assistência técnica e financeira prestada pelo MEC aos estados, municípios e ao Distrito Federal, com foco na melhoria da qualidade do ensino e na redução das desigualdades regionais.

Implementado em ciclos de quatro anos, o PAR permite que cada rede identifique suas fragilidades e defina objetivos, metas e estratégias de forma contextualizada. A nova versão, lançada em fevereiro de 2025, representa um avanço em relação aos ciclos anteriores, incorporando tecnologia, equidade e governança compartilhada.

O Novo PAR foi elaborado em parceria com a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e o Consed (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação), e contou com a colaboração direta das secretarias de educação e das entidades vinculadas à pasta.

Entre os principais objetivos da nova versão estão:

Fortalecer o regime de colaboração federativa; Melhorar a capacidade de planejamento e diagnóstico das redes; Promover a eficiência dos investimentos públicos; Fomentar a equidade e a inclusão educacional em todas as etapas da educação básica.

Além disso, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) é responsável pelo gerenciamento técnico e operacional dos módulos do PAR no Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec), verificando a coerência entre as demandas e os dados do Censo Escolar.

Webinários e cooperação técnica

Para orientar as equipes locais, o MEC promoveu uma série de webinários formativos transmitidos ao vivo pelo canal do MEC no YouTube, reunindo mais de mil articuladores de todo o país.

Durante as transmissões, foram apresentadas as novas estratégias de assistência técnica e de alinhamento do Novo PAR a programas como o Parfor (Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica) e a Universidade Aberta do Brasil (UAB).

A diretora de Apoio à Gestão Educacional da SEB/MEC, Anita Stefani, reforçou o caráter estratégico dessa etapa:

“Estamos construindo uma nova cultura de planejamento educacional. O Novo PAR é mais do que uma ferramenta técnica — é um instrumento de transformação e justiça social.”

O presidente da Undime, Luiz Miguel Martins, acrescentou que a iniciativa representa um salto de qualidade na forma como as redes educacionais planejam suas ações:

“Estamos construindo um plano baseado em dados, ciência e colaboração. É pensar a educação brasileira com visão de longo prazo e participação social.”

A vice-reitora da Unifei, Janaína Santos, destacou o papel das universidades públicas no processo:

“Sediar esse processo formativo é um reconhecimento da importância da universidade pública como parceira estratégica na construção de um país mais justo e desenvolvido.”

Formação e equidade educacional

A Rede Nacional de Assistência Técnica e Formação do Novo PAR também se conecta a outros programas do MEC, como a Educação Conectada, a Política Nacional de Formação de Professores e a Estratégia de Alfabetização.

Durante um webinário em outubro, o MEC apresentou o alinhamento do Novo PAR à política de formação da Capes, integrando as demandas das redes de ensino aos cursos ofertados pela Universidade Aberta do Brasil (UAB).

O coordenador-geral João César da Fonseca Neto destacou que a iniciativa busca unir as dimensões técnica e pedagógica:

“O Novo PAR conecta o planejamento estratégico das redes à formação de professores e à melhoria da aprendizagem. É uma política que integra, dialoga e respeita o território.”

Segundo o MEC, o alinhamento entre o PAR, o Plano Nacional de Educação (PNE) e os planos estaduais e municipais é fundamental para garantir coesão entre políticas públicas, uso eficiente dos recursos e continuidade das ações planejadas.

Perspectivas para 2026 e próximos ciclos

Com o início da etapa de planejamento estratégico, o MEC deve lançar, até o fim de 2025, um painel nacional de monitoramento do Novo PAR, que permitirá acompanhar, em tempo real, o andamento das metas e indicadores de cada rede de ensino.

A previsão é que, até 2026, todos os municípios e estados estejam com planos revisados, implementando ações integradas de infraestrutura, formação docente, conectividade e equidade territorial.

O MEC também estuda mecanismos para simplificar o acesso às transferências voluntárias do FNDE, permitindo que secretarias executem de forma mais ágil programas como o Caminho da Escola, o Novo Mais Educação, o Educação Conectada e o Dinheiro Direto na Escola (PDDE).

Para João César, a grande meta do Novo PAR é tornar o planejamento educacional parte da cultura de gestão pública no Brasil:

“Planejar é transformar. O PAR é a ponte entre o diagnóstico e a ação, e sua execução com qualidade será o grande diferencial para garantir equidade e qualidade no ensino.”

Saiba Mais

Ministério da Educação (MEC)
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)
União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime)
Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed)
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